As pessoas não te veem andando pela rua e apontam “Vejam lá, aquele é um andar típico de um escritor!”
As pessoas não te ouvem palestrar e dizem “Esta é fala que caracteriza um escritor nato!”
Nem o uso de uma metáfora bem talhada ou da ironia fina arrancam exclamações de admiração crítico-literária.
Nem você mesmo se autonomeia escritora.
“Ah, rabisco aí umas coisas.”
“Sou um escrevinhador.”
“Já ganhei uns concursos literários aí…coisa pequena”
“Sou assim, uma escritora bissexta…”
E ninguém vai dizer o que você é senão você.
Afinal,
“Ninguém pode dizer a uma criança ou adolescente se ele é ou será artista. O artista só ouve a própria voz. Nos tornamos aquilo que somos, disse outro escritor. Mas que difícil é escutar a própria voz, dizer para si mesmo: sou um artista, serei um artista.” Vitor Ramil